sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Concurseiros: tentem ir para as atividades-fim

 


Conforme já disse nos posts anteriores, a área que mais sofre na administração pública é a área meio, por causa das inúmeras burocracias existentes, a dificuldade em cumprir todas as normas que existem e são inventadas toda semana e por aí vai.

As áreas-fim do funcionalismo (médicos, advogados, fiscais, pesquisadores, professores, etc.) obviamente também têm suas norminhas babacas (não me refiro às normas que realmente são necessárias e válidas, me refiro somente às babaquices inventadas por legisladores e por lobistas mau caráter), mas elas não são nem de longe tão extensas quanto as das atividades meio, de modo que o trabalho desses profissionais é um pouco menos estressante neste sentido (óbvio que eles têm outros problemas que os das atividades-meio não têm, mas a julgar pelo que vejo no trabalho, acho que em geral é bem mais suave).

A dificuldade para ingressar nas áreas fim é que geralmente tem menos vagas que os concursos das áreas meio (vejam que isso em si já é uma distorção na administração pública e mostra como que o excesso de burocracia exige desproporcionalmente mais mão de obra que as atividades-fim do Estado) e os concursos exigem diplomas específicos - os concursos de áreas-meio geralmente são aqueles que exigem só o nível superior em qualquer área ou ensino médio sem curso técnico. Como a maioria dos brasileiros que têm nível superior são formados em cursos que não tem nada a ver com as atividades-fim (exceto os advogados, claro), então acaba só sobrando mesmo esses concursos de áreas-meio para o brasileiro médio (e notem que nos editais a descrição das atividades do cargo são as mais genéricas possíveis, para que o funça trabalhe em praticamente qualquer coisa e não possa nunca alegar desvio de função).

Eu aconselho àqueles que ainda queiram entrar no serviço público que se formem em alguma faculdade que permita prestar concursos para as áreas-fim, ainda mais depois desta reforma administrativa que está a caminho. Se vocês já são formados em alguma área que não seja dessas, então façam outra graduação que tenha a ver com uma atividade fim, caso o serviço público ainda seja atrativo (imagino que só vá piorar). 

A área-meio menos pior que existe, na minha opinião, é o Controle Interno, porque você é uma "pedra", enquanto que em todas as demais atividades meio você é uma "vidraça". Óbvio que o risco de ser do controle interno é se deparar com uma quadrilha de funcionários e políticos corruptos e ser ameaçado por eles, mas acho que a tendência da auditoria é ser cada vez mais automatizada, de modo que quase não será necessário ao auditor ir presencialmente nos locais, então muito provavelmente se você descobrir indícios de corrupção, talvez os bandidos nem saibam quem você é.

A pior coisa que pode acontecer com um servidor de área fim, no meu ponto de vista, é ser designado para ser fiscal de contrato ou designado para elaborar o termo de referência de uma licitação (um calhamaço em que a administração pública tenta descrever da melhor forma possível o que ela quer comprar), mas você pode dar sorte e nunca ser designado para fazer nenhuma dessas coisas e acabar trabalhando só com a sua profissão mesmo, sem precisar se envolver nas burocracias. 

Com a escassez de concursos, e com a iminente reforma administrativa, podem acontecer várias coisas:

- daqui para a frente só abrir concursos para as atividades-fim (é um dos meus planos, migrar para uma atividade fim para deixar de ser burocrata);

- os cargos públicos em geral se tornarem menos atrativos (exceto os da casta superior dos poderes judiciário e legislativo), o que pode diminuir a concorrência nos concursos, mas também viram empregos de merd@, então é uma situação meio que "perde-perde";

- aumentar o número de apadrinhados na administração pública (com um eventual fim da estabilidade acho que é isso que vai acabar acontecendo, voltamos à situação das décadas passadas, e acho que o texto da reforma nem fala dos cargos comissionados) e com isso aumentar a corrupção e a ineficiência da máquina pública (funcionários fantasmas, perseguição política dentro das repartições - aliás, vejo que a perseguição política é uma realidade há muito tempo, especialmente na área de educação: só posso imaginar o drama de ser um professor de direita numa faculdade pública, ou até numa escola municipal/estadual. Deve ser um inferno em vida lidar com professores marxistas como colegas de trabalho...

Como sempre, só o aporte, a disciplina financeira, e o estudo salvam! Quem é funça, recomendo que aporte o máximo possível todo mês, pra ontem, quite quaisquer dívidas que tiver, e se prepare para as vacas magras.

Forte Abraço! Rumo à IF!

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